2022-07-26 22:15:45
Prévia indica IPCA negativo em junho, mas mostra riscos para inflação O IPCA-15 de julho, prévia da inflação oficial, que compreende os 30 dias encerrados dia 15, teve forte desaceleração, para 0,13%, depois de subir 0,69% em junho, o que aumentou as estimativas de que o índice fechado deste mês apresente queda. As estimativas para o IPCA de julho variam agora entre 0,4% e 0,6%, ainda reflexo da redução de impostos sobre combustíveis, energia e telecomunicações, os chamados preços administrados. Já os preços livres continuaram subindo, atingindo em 12 meses 12,07%, puxados especialmente por Alimentação com leite e derivados e frutas. Para a LCA Consultores, o IPCA deve cair 0,63% em julho pelo efeito da desoneração. Já a Mirae Asset estima um índice entre -0,4% e -0,6%. Alberto Ramos, economista do banco americano Goldman Sachs, alerta, porém, que apesar do IPCA negativo em julho, as preocupações com a inflação devem continuar pelas pressões altas e disseminadas de preços de serviços e de produtos locais em meio a um mercado de trabalho mais apertado e grandes estímulos fiscais no segundo semestre. Serviços tiveram alta de 0,84% em julho e, mesmo descontando itens mais voláteis, o chamado núcleo, subiram 0,91% no mês e 9,05% em 12 meses. O próprio núcleo do IPCA-15 se mostrou pressionado, com alta de 0,72% no mês e 10,55% em 12 meses. Com mecanismos de indexação de salários, a inflação tende a se tornar mais inercial e difícil de ser reduzida. Diante disso, Ramos espera que o BC eleve os juros básicos em 0,50 ponto percentual em sua reunião de 3 de agosto, podendo deixar aberta a porta para mais um aumento em setembro.
Minuto Touro de Ouro
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